terça-feira, 3 de junho de 2008

SAIU NOS JORNAIS...(09)

“Appa deveria pagar mais pela dragagem”

Engenheiro naval defende o lançamento de novo edital para a realização do serviço, e alerta: é preciso se apressar, pois há poucas dragas disponíveis no mercado

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) só conseguirá contratar equipamento para dragar o Canal da Galheta caso pague de R$ 10 a R$ 12 pelo metro cúbico de areia retirada – na última licitação, a autarquia ofereceu o equivalente a R$ 7. Essas são as palavras do engenheiro naval e consultor Geert Prange, que participou ontem de audiência pública sobre o porto, na Assembléia Legislativa. Segundo ele, além de pagar melhor, a Appa precisa se apressar, pois as dragas disponíveis no mundo estão todas sendo contratadas.
Para solucionar os problemas do canal, que está sem dragagem desde agosto de 2005, Prange diz que o ideal seria lançar um novo edital. “Eu diria que o ideal é lançar nova licitação, limitando os volumes dragados, não mais que 9 milhões de metros cúbicos, não incluir a engorda de Matinhos e a derrocagem [remoção de pedras] de Antonina”, afirmou. Na licitação internacional lançada pela Appa em dezembro, e declarada frustrada em março, foram oferecidos R$ 108,6 milhões para a dragagem de 17 milhões de metros cúbicos, no prazo de cinco anos.
Prange conta que fez contato com duas empresas de dragas, há dois meses, e que os equipamentos estariam disponíveis para a empreitada de Paranaguá. “A administração não quis pagar o preço equivalente. Hoje, mesmo pagando o valor de mercado, não sei se é possível encontrar equipamentos.”
A Secretaria Especial de Portos pretende lançar, no início do segundo semestre, edital internacional para a dragagem de cerca de 100 milhões de metros cúbicos em 15 portos brasileiros. Os recursos para as obras, previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), somam R$ 1,4 bilhão – o que equivale, em média, a R$ 14 o metro cúbico.

Prejuízos

O Canal da Galheta sofre assoreamento contínuo, e por isso necessita de dragagem constante. Por causa do acúmulo de areia e resíduos no fundo do canal, há risco para a segurança da navegação. Para evitar acidentes, a Capitania dos Portos do Paraná reduz o calado máximo permitido (distância da quilha do navio até o fundo) no local. Em abril, o limite foi reduzido de 11,89 para 11,30 metros. Segundo Prange, cada centímetro a menos representa 70 toneladas que deixam de ser embarcadas. “O navio graneleiro geralmente tem capacidade para 60 mil toneladas. O exportador paga por esse frete, mas não consegue embarcar tudo, e tem ainda que fretar outro navio. É prejuízo na certa”.


GAZETA DO POVO - 21/05/2008 (link da matéria completa abaixo)
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=768140&tit=Appa-deveria-pagar-mais-pela-dragagem#

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