quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Saiu nos Jornais...(25)

Requião debocha e mantém o nepotismo

Deu mesmo aquilo que se devia esperar do governador Roberto Requião: o deboche! Foi isso que ele fez ontem ao anunciar sua nova esperteza: a manutenção no governo de dois de seus principais nepotes – a mulher Maristela Requião e o irmão Eduardo Requião – aproveitando-se de uma brecha da Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal.
A artimanha consistiu em nomeá-los secretários especiais – uma categoria da administração pública cujo preenchimento, por se tratar de cargo político, poderia ser feito por nepotes, uma exceção à regra geral estabelecida pelo STF.
Com isso, imagina o governador, Maristela pode continuar dirigindo o melhor Museu Oscar Niemeyer do mundo e Eduardo, o melhor Porto de Paranaguá do planeta, continuando tudo deslavadamente como dantes no quartel de abrantes.
Continuou como dantes também o velho cinismo e a desobediência aos princípios da moralidade, da impessoalidade e da eficiência contidos no artigo 37 da Constituição Federal, que fundamentaram a súmula do STF. O governador, no entanto, finge não entender o espírito da súmula – apenas a sua letra.
Se, como preconizou o Supremo, nomear parentes para autarquias e outras repartições da administração atenta contra a moral e os bons costumes, dar-lhes título de secretários de estado para que continuem fazendo a mesma coisa não muda absolutamente nada. Isto é, continua sendo tão imoral como sempre o foi. Como na velha piada, o governador apenas mudou o sofá de sala para passar a idéia de que o estupro não aconteceu.

Juristas contestam legalidade da nomeação da mulher e do irmão

Juridicamente, não é tão tranqüila quanto pensa Requião a sua decisão de nomear a mulher e o irmão secretários especiais para fugir à regra antipotismo do STF. Se a súmula deixou uma aparente brecha, deixou brechas também para que atitudes com a do governador sejam entendidas como ilegais e como um verdadeiro escárnio à Justiça.
Dois escritórios de advocacia de Curitiba já estudam a proposição de medidas judiciais para anular as nomeações de Maristela e Eduardo Requião. Um dos escritórios que se movimentam é o do advogado Cid Campêlo Filho – que tem em seu currículo inúmeras vitórias judiciais contra Requião – informou ontem que já reuniu praticamente toda a fundamentação necessária para dar entrada numa ação junto ao STF. Espera apenas a publicação da súmula do Supremo e das nomeações no Diário Oficial do Estado para concluí-la.
O outro advogado – que pediu para manter-se por enquanto anônimo – faz um questionamento: secretaria especial tem o mesmo status das secretarias de Estado? Se o entendimento for de que legalmente não se equivalem, Requião terá desobedecido a súmula e a artimanha de que se valeu para tentar burlar a súmula terá sido inútil.
A dúvida tem razão de ser: há pouco tempo, o secretário especial Luiz Guilherme Mussi requereu foro privilegiado para responder a uma ação judicial que propuseram contra ele. Alegava a suposta condição de secretário de estado. Não ganhou o privilégio, pois a Justiça Federal entendeu que ser secretário especial não é a mesma coisa que ser secretário de estado.

Tudo igual 1

Eduardo Requião agora é secretário especial para Assuntos Portuários, mas, segundo o decreto que o nomeou, continuará respondendo cumulativamente pela Appa. Ou seja: o nepotismo proibido pela súmula do STF continua intacto.

Tudo igual 2

No fim da tarde de ontem, porém, circulava a informação de que o acúmulo de cargos seria temporário. Para o posto (figurado) de superintendente seria nomeado o atual diretor administrativo-financeiro, Daniel Lúcio de Souza, o mesmo que em setembro de 2006 curtiu 12 horas de detenção numa delegacia de polícia de Paranaguá.
GAZETA DO POVO - 27/08/2008 (link abaixo)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

SAIU NOS JORNAIS...(24)

Duas novas secretarias para acomodar parentes?

Na Assembléia, deputados esperam para os próximos dias projetos do Executivo criando novas secretarias de estado – uma dos Portos, outra para cuidar de museus. É a fórmula que, segundo revelam fontes próximas ao gabinete do governador, estaria sendo engendrada no Palácio das Araucárias para preservar Eduardo Requião e Maristela Requião em postos do governo. Seguida a súmula antinepotismo baixada pelo STF, o irmão e a mulher do governador teriam de ser demitidos, mas podem se salvar da degola se elevados à condição de secretários de estado.

Mais multa e penhora de bens no melhor porto do mundo

Está uma chatice para este colunista e para seus leitores falar sobre o Porto de Paranaguá. Infelizmente, a cada dia surgem motivos novos que tornam inevitável voltar ao tema. Ontem, revelou-se mais um: outra multa milionária contra a Appa – a autarquia estadual responsável pelo terminal. Sem considerar juros e correção, tem o valor de R$ 1.601.888,40, foi aplicada pela Fazenda Nacional e já está em fase de execução e penhora de bens pela Justiça Federal.
Esta multa soma-se à outra, do mês passado, de R$ 170 mil, aplicada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) por descumprimento de cláusulas do convênio de delegação dos portos ao governo estadual pelo federal. Por não ter pago esta multa, a Advocacia-Geral da União mandou incluir a Appa no cadastro nacional de inadimplentes, o que impede a autarquia de firmar novos convênios ou receber repasses de verbas federais.
A multa revelada ontem refere-se a um processo iniciado em 2004 pela Fazenda Nacional. Esgotados todos os recursos cabíveis e não satisfeito o resgate da dívida, o caso foi parar na Justiça Federal – até que, no último dia 19, foi decretada a sentença: ou a Appa faz o pagamento dentro de cinco dias (a contar daquela data) ou indica bens à penhora.
Como o processo administrativo que deu causa à ação judicial é mantido em sigilo fiscal, não se sabe o motivo. Mas um requerimento de informações feito líder da oposição, deputado Élio Rusch, ao superintendente da Appa, Eduardo Requião, tenta desvendar o mistério – isto é, se a maioria governista da Assembléia estiver disposta, em nome da transparência, a aprovar o requerimento na sessão de hoje.
GAZETA DO POVO - 26/08/2008 (link abaixo)

domingo, 24 de agosto de 2008

PALAVRA DO TRABALHADOR

MENOS TRABALHO

Portuários locais denunciam que o Porto de Antonina está sendo alvo de especulação financeira e que a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) foi a responsável pela queda na oferta de trabalho portuário, ao retirar do porto a movimentação de adubo, de bobinas, ferro e madeira. Temem que o alvo agora seja a retirada da movimentação de congelados.
PORTOGENTE - 22/08/2008 (link abaixo)
Esperamos que o descaso acabe logo e que as autoridades tomem providências...

RETRATO DO DESCASO...

Desolação 1

Antonina está desolada: no mesmo dia em que nascia outra esperança de que seu porto voltaria a dias menos piores, a Marinha Brasileira decidiu baixar o calado em um metro – de 8,10 m para 7,10 m – por culpa da dragagem que nunca sai. Os planos foram literalmente por água abaixo, pois a medida inviabilizou o que daria sobrevida ao porto e à cidade.

Desolação 2

A Portaria 073 da Capitania dos Portos foi baixada em 28 de julho último. Nesse mesmo dia, a Volkswagen dava por aprovados os testes de viabilidade para exportar carros pelo Porto de Antonina, em condições mais vantajosas do que oferece o terminal de contêineres de Paranaguá. O rebaixamento do calado, no entanto, fez a empresa desistir.

Desolação 3

Em tempo: apenas um pequeno navio aportou em Antonina no mês de agosto, para desespero de mil trabalhadores que estão sem o que fazer e sem ganhar o pão.
GAZETA DO POVO - 24/08/2008 (link da matéria completa abaixo)

SAIU NOS JORNAIS...(23)

Dragagem: não é o que parece
O juiz federal de Paranaguá, Carlos Felipe Komorowski, não concedeu a liminar pedida pelo deputado Valdir Rossoni que visava impedir que a Appa realizasse a dragagem do Porto de Paranaguá sem licitação. É possível que o superintendente Eduardo Requião faça festa, alegando que a Justiça lhe deu razão e que, agora, ele pode contratar a empresa que quiser sem, antes, fazer a concorrência.
Mas antes que a festa aconteça, é preciso interpretar melhor a decisão de Komorowski. Conforme se lê no despacho que proferiu anteontem, o juiz revela ter encontrado dificuldades para decidir em razão da montanha de documentos com intrincados dados técnicos que lhe chegou às mãos. Disse que tais dados eram unilaterais – isto é, foram fornecidos apenas pelo autor da ação, o deputado Rossoni. E, segundo o juiz, para que sua decisão seja justa, antes de impedir a dragagem, prefere conhecer “uma prova técnica imparcial e multidisciplinar” de modo a obter “os elementos necessários à convicção das questões de fato debatidas.”
Por isso o juiz concedeu 20 dias de prazo para que a Appa e o Ministério Público se pronunciem a respeito dessa decisão. Após receber as contestações, dará início à fase de instrução do processo – o que inclui a nomeação dos peritos judiciais.
Se, como deixa entender o juiz Komorowski, a peritagem confirmar “os bem fundamentados” pareceres técnicos apresentados por Rossoni, poderá tomar decisão diversa da anunciada anteontem.
GAZETA DO POVO - 21/08/2008 (link da matéria completa abaixo)

SAIU NO JORNAIS... (22)

Appa entra com ação contra multa de R$ 170 mil
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) entrou com uma ação judicial para suspender uma multa de R$ 170 mil, aplicada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) no dia 2 de julho. Por meio de nota distribuída à imprensa, a Appa diz que a Antaq, órgão responsável por fiscalizar os portos públicos no país, "não deixou claro o motivo exato da penalidade, afirmando genericamente o descumprimento de resoluções".
Técnicos da agência federal visitaram o porto em outubro de 2007 e reprovaram 4 dos 23 itens de gestão portuária avaliados no local. De acordo com a Appa, no entanto, tais questões (que incluíam o início dos procedimentos de dragagem, pendências com a Receita Federal, adequações nos contratos de arrendamento e implantação do Plano de Controle de Emergências) já haviam sido resolvidas antes da aplicação da multa. Como a agência teria rejeitado um recurso administrativo impetrado pela Appa, a autarquia estadual optou por questionar na Justiça a penalidade e, assim, suspender os prazos para o pagamento da multa.
Appa no SPC

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), como se sabe, foi multada em R$ 170 mil pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Deveria ter pago a multa no dia 2 de julho, mas não o fez. Por causa dessa inadimplência, a autarquia foi incluída na Dívida Ativa da União e está impedida, a partir de agora, de firmar ou executar quaisquer contratos que envolvam recursos federais.
Quem fez a descoberta foi a liderança da oposição na Assembléia, que ontem recebeu resposta a um ofício endereçado à Antaq. Segundo a documentação, a decisão de botar a Appa no Seproc federal foi tomada a partir de um parecer da Advocacia-Geral da União, que também recomenda que que se faça a cobrança judicial da multa.
GAZETA DO POVO - 19/08/2008 (links das matérias abaixo)

Resumo da Tragédia...

GAZETA DO POVO - 02/05/2008

OLHO VIVO

Mera coincidência 1

O porto de Antonina está parado. Parou por quê? Porque o IAP não renovou as licenças ambientais e proibiu o terminal Ponta do Félix de embarcar qualquer produto que não os congelados. Minérios, papel e madeira, por exemplo, não podem ser movimentados. Por isso, em abril, apenas um navio atracou. A economia da cidade e centenas de trabalhadores sofrem.

Mera coincidência 2

A proibição do IAP parece coincidir com o interesse do superintendente da Appa, Eduardo Requião, que, em fevereiro, por ordem administrativa, já havia baixado proibição para os mesmos produtos. Houve denúncias de que visava a favorecer grupos privados interessados na compra (barata) do Ponta do Félix, colocado à venda pelos fundos de pensão que o controlam. A medida de Requião, contudo, foi barrada na Justiça e o porto continuou funcionando normalmente – até o início de abril, quando o IAP entrou na jogada.

Mera coincidência 3

Indagado sobre o problema, o presidente do IAP, Victor Hugo Burko, diz que nada sabia a respeito dos supostos interesses de Eduardo Requião. Foi mera coincidência o IAP baixar a proibição exatamente de acordo com o que Eduardo Requião queria. A medida obedeceu apenas a critérios ambientais no momento da renovação das licenças. “Não recebi pressão de ninguém”, afirma Burko.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

SAIU NOS JORNAIS...(21)

Multa da Appa foi só a primeira
Membros do Conselho da Autoridade Portuária (CAP) e operadores do Porto de Paranaguá consideraram insignificante a multa de R$ 170 mil que a Agência Nacional de Transportes Aquaviárias (Antaq) aplicou na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Se fossem levadas em consideração todas as demais irregularidades já constatadas pela Antaq, as multas ascenderiam a milhões – para não dizer que seriam motivo de intervenção federal.
A causa imediata da punição foi o descumprimento da resolução 1.047, baixada em maio pela Antaq. Nela, a agência determinava à Appa a urgentes solução para:
• implantar o Plano de Controle de Emergência de defesa ambiental;
• providenciar sua regularização junto à Receita Federal;
• regularizar e fiscalizar os contratos de arrendamento de áreas do porto para empresas privadas;
• realizar imediatamente a dragagem, de acordo com exigências da Capitania dos Portos.
Como nada disso foi feito dentro dos prazos concedidos, foi aplicada a multa. Com base em outra resolução, a n.º 858, que trata da fiscalização dos portos públicos, muitas outras (e bem maiores) poderão vir.
Segundo avaliam muitos dos insatisfeitos operadores e usuários do Porto de Paranaguá, não é por falta de motivos graves que a intervenção federal não foi ainda decretada. “A questão é política: o governo Lula não tem interesse em abrir uma frente de desgaste com Requião”, explica um dos porta-vozes do grupo.
GAZETA DO POVO - 07/08/2008 (link da matéria completa abaixo)
Appa foi multada por falhas em serviços e fiscalização
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) foi multada em R$ 170 mil pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), órgão do governo federal que fiscaliza os portos públicos no país. Segundo a Antaq, a Appa deixou de acompanhar e fiscalizar serviços e falhou na execução de investimentos previstos no contrato que arrendou o porto ao governo estadual. A Antaq ainda acusa a Appa de não recolher impostos e contribuições à prefeitura de Paranaguá. A administração dos portos nega as irregularidades e diz que vai recorrer.
Uma das considerações da Antaq para aplicar a multa se refere à situação da dragagem no Canal da Galheta, que dá acesso aos portos paranaenses, e que não é realizada regularmente desde 2005. Segundo o comunicado da agência, a Appa “tem demonstrado falha relativa à carência de investimentos da dragagem do porto, cujo canal de acesso tem necessidade urgente de tais serviços, conforme comunicação já feita pela diretoria técnica da própria Appa”.
A autarquia estadual tentou, por diversas vezes, contratar o serviço de dragagem, mas sem sucesso. Por conta disso, o governo federal anunciou, em junho, que anteciparia os serviços do Plano Nacional de Dragagem e que faria o aprofundamento do Canal da Galheta. Em breve, o edital para a contratação do serviço deve ser lançado.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Appa informou que está analisando o teor da resolução e vai recorrer da multa. Segundo a assessoria, a autarquia já respondeu à Antaq sobre as irregularidades apontadas e diz que a fiscalização é trâmite rotineiro. No entanto, em nota, a Antaq sustenta que a administração dos portos não apresentou justificativa para as ocorrências.
GAZETA DO POVO - 07/08/2008 (link da matéria completa abaixo)

Portogente entrevista

Segue abaixo a entrevista que o "Melhor Superintendente de Portos do Mundo" deu ao site PORTOGENTE, referência em assuntos portuários nacionais, publicada em 22 de Abril de 2008.
Com licitações de dragagens mal-sucedidas, ordens de serviços de índole duvidosas, licenciamentos não concedidos e operações de venda de ações da Ponta do Félix embargadas no seu currículum, acumula prejuízo em um Porto Organizado sob sua responsabilidade, acarretando em retrocesso sócio-econômico na cidade de Antonina e Região e prejudicando milhares de famílias direta ou indiretamente.
Assistam, opinem e acreditem.... Se quiserem.
(Contribuição do Serginho)