segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Falta de investimentos prejudica portos brasileiros

Os longos anos de abandono condenaram alguns portos brasileiros a um perigoso processo de estagnação e decadência, fortalecido pela crise mundial e queda do comércio exterior. Os terminais, que já vinham sendo substituídos por outros portos pela deficiência de suas instalações, agora estão às moscas, com uma redução drástica na atracação de navios, como é o caso do Porto de Ilhéus, Maceió, Antonina e Cabedelo, entre outros. Alguns contam com as embarcações de turismo para incrementar as receitas, usadas para pagar funcionários e dívidas trabalhistas.

Enquanto isso, grandes portos, como Santos, Paranaguá, Pecém e Rio Grande, comemoram recordes de movimentação em plena crise mundial. Parte desse resultado é decorrente da exportação de produtos agrícolas, mas uma outra parcela refere-se à migração de cargas de terminais menores. Essa concentração, porém, não se sustenta com a retomada da economia global, alertam especialistas. Quando o comércio exterior se normalizar, o País terá não apenas de construir novos espaços, como recuperar áreas já existentes e degradadas.

Esse é o diagnóstico de um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mapeou as obras necessárias para melhorar a eficiência operacional e competitividade dos portos nacionais. No total, o Brasil precisaria fazer 265 obras e investir R$ 43 bilhões na construção, ampliação e recuperação das áreas portuárias. O montante inclui ainda projetos de acesso terrestre, como ferrovias e estradas, dragagens e modernização dos equipamentos operacionais.

A necessidade de investimentos, porém, está distante da realidade. Nos últimos dez anos, o volume aplicado no setor, que conta com 37 portos públicos e movimenta 76,7% do comércio exterior, somou só R$ 8,8 bilhões, segundo dados do Ipea. Isso representa algo em torno de 0,06% do Produto Interno Bruto (PIB)

O resultado disso pode ser visto em portos como o de Ilhéus, cuja movimentação nos últimos anos está em queda livre, afirma o diretor executivo da Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa. Enquanto isso, os dois outros portos do Estado (Aratu e Salvador) operavam no limite, à beira de um colapso, antes da crise mundial. "Sem alternativas, os exportadores foram em busca de outros terminais, fora da Bahia", diz Villa.

Fuga de cargas

Na opinião Paulo Villa, Ilhéus, que já foi um importante terminal da região, poderia ser modernizado e adaptado para alguns tipos de cargas. No caso da celulose, os exportadores estão a menos de 200 quilômetros (km) de distância. Mas a empresa prefere percorrer 500 km para exportar pelo Espírito Santo, por causa da falta de estrutura em Ilhéus, diz o executivo. "Isso provocou um fato curioso: enquanto o transporte nos três portos baianos caiu 28% nos últimos meses, as cargas do Estado movimentadas por outros terminais cresceram 27%." Só no primeiro semestre, o Porto de Ilhéus registrou queda de 38,8% na movimentação de cargas. Situação semelhante vive o Porto de Maceió, que viu a entrada e saída de navios minguar nos últimos meses.

O administrador do porto, Petrúcio Bandeira, explica que o fraco desempenho no primeiro semestre deve-se às dificuldades do setor sucroalcooleiro, que representa 70% das cargas do terminal. Nem mesmo as exportações de açúcar, que no região centro-sul subiram de forma expressiva, salvaram a movimentação de Maceió, que caiu 33,5% no semestre.

Para reforçar as receitas, o executivo comemora o aumento de escalas dos navios de turismo. "Teremos 63 escalas na temporada 2009/2010 ante 29 da estação passada. Não é como o transporte de carga, mas ajuda." A esperança do executivo é que a construção da Ferrovia Transnordestina consiga recuperar cargas perdidas para outros terminais. Para isso, no entanto, ele terá de trabalhar duro para reforçar as estrutura de Maceió, já que a ferrovia facilitará a chegada aos portos de Pecém de Suape, dois importantes portos da região.

Profundidade

Na avaliação do diretor executivo do Centro Nacional de Navegação (CentroNave), Elias Gedeon, além das instalações e equipamentos obsoletos, a maior deficiência dos portos é a falta de profundidade dos canais de acesso marítimo incompatível com as novas embarcações que estão sendo construídas no mercado mundial. "Vemos no setor terminais com calados de 20 anos atrás."

É o caso de Cabedelo, na Paraíba, com calado de 9,25 metros. A dragagem de aprofundamento do canal para 11 metros, prevista para agosto, foi adiada para novembro porque os estudos de viabilidade ambiental foram considerados insatisfatórios, diz o presidente do porto, Wagner Breckenfeld.

Por causa das limitações, Cabedelo não pode receber navios de contêineres, apenas graneleiros. Hoje o porto recebe, em média, dez navios (de pequeno e médio portes) por mês. Ou seja, está praticamente parado. Desde o início da crise, a movimentação de cargas caiu em média 36%, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). "A falta de equipamentos e de dragagem nos causou um prejuízo muito grande. Deixamos de ser um porto competitivo e perdemos muita carga para nossos concorrentes. Mas ainda acredito em recuperação", diz Breckenfeld. (Por Renée Pereira - AE http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=17&id=212667

sábado, 1 de agosto de 2009

Appa defende descentralização para agilizar licenças ambientais

Texto publicado em 31 de Julho de 2009 - 04h04

Bruno Merlin
reportagem


Com verba disponível em caixa e projetos “na manga” para melhorar a infraestrutura portuária local, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) lamenta a falta de agilidade para liberação das licenças ambientais necessárias para a execução dos serviços. Em entrevista exclusiva ao PortoGente, o superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, defendeu um novo modelo para dar celeridade aos licenciamentos. Para ele, é necessário descentralizar a análise dos processos em Brasília e construir uma inteligência científica nas comunidades ao redor dos portos brasileiros.
* Em Paranaguá, todos os olhos estão voltados para a dragagem
* SEP quer unidades ambientais nos portos para agilizar obras
Os portos paranaenses, segundo Daniel, são superavitários, em panorama bastante diferente do constatado na maioria dos demais portos brasileiros. “Hoje temos 440 milhões de reais em caixa, dinheiro advindo de tarifas e de boa aplicação dos recursos nos últimos seis anos”. No entanto, faltam as licenças ambientais exigidas para que a Appa possa realizar as obras de grande porte a que se dispõe.
A descentralização dos licenciamentos, salienta, é uma opção na busca de celeridade para o processo. “Um país que tem tanta carência de emprego e que ainda tem um quarto de sua população abaixo da linha de pobreza não se pode dar ao luxo de detectar demoras em obras de infraestrutura”. Ele aponta falhas técnicas nos órgãos ambientais, como geólogos terrestres selecionados para analisar processos ambientais e tentando entender obras marítimas, o que atrasa a liberação dos documentos.
A sugestão ressaltada por Daniel já foi ventilada como prioridade pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), em junho do ano passado. Em matéria veiculada no PortoGente, o presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, disse que o órgão estava fechando acordos de cooperação técnica com os órgãos estaduais de meio ambiente dos 27 estados brasileiros, buscando responder com agilidade às necessidades das licenças ambientais de empreendimentos portuários. No entanto, mais de um ano depois, os resultados práticos dessa iniciativa ainda não foram notados.


Demora na liberação das licenças ambientais está atrapalhando
projetos de infraestrutura da Appa para o Porto de Paranaguá (foto)

Para o superintendente da Appa, não é possível que os técnicos do Ibama em Brasília avaliem os processos de licenciamento de um ecossistema que está a milhares de quilômetros de distância. “Por isso, defendo a construção de uma inteligência científica local. Cada baía tem um ecossistema próprio. As universidades e os centros de pesquisa locais devem ter relação muito mais próxima com as empresas e as administrações dos portos para construir um banco de dados dos ecossistemas, uma massa crítica científica que dê embasamento aos estudos ambientais”.
Nenhuma Autoridade Portuária, de acordo com Daniel, está se furtando de fazer a melhor gestão ambiental possível, até porque são os responsáveis diretos por tudo que acontece nos portos. Mas, conforme opina, há falta de vontade de atacar o âmago dessas questões porque “tudo passa por vaidade, por distribuição e por abdicação de poder”. “Se não há berço para atracar e há fila de navios, a culpa hoje é de quem não licencia rapidamente aquele berço que está em espera, há anos para licenciar. É isso que precisa ser discutido sem paixões políticas”.
Ele avalia que a estrutura dos órgãos ambientais brasileiros precisa ser modificada, a fim de possibilitar que o tempo médio da tramitação de processos para obtenção das licenças ambientais seja reduzido. “Não culpo os órgãos ambientais por isso, mas nos culpo como nação por termos falta de agilidade para resolver. Poderíamos aprender um pouco com os anglosaxões, que são mais objetivos e mais cartesianos na solução de problemas”.
Dragagem
Administrado pelo governo Requião, que deixa clara sua defesa contra o monopólio da dragagem, o Porto de Paranaguá está prestes a concluir sua dragagem de manutenção e iniciar o processo de aprofundamento do Canal da Galheta. E para não depender das exigências do restrito mercado de dragas, o governo paranaense está providenciando a compra de seu próprio equipamento, que ficará à disposição para ser utilizado conforme as necessidades de Paranaguá e Antonina.
Segundo o superintendente da Appa, falta apenas a autorização do governador do estado para dar início ao processo licitatório para compra de uma draga. Ele prevê que já neste mês de agosto a documentação seja liberada pela Casa Civil de Requião.
Além das aplicações da gestão local, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) reservou R$ 53 milhões para os serviços de dragagem nos portos paranaenses. A Appa, conta Daniel, está finalizando um convênio com a Secretaria Especial de Portos (SEP) para que esse valor seja repassado à instituição. Com a verba, o Porto de Paranaguá passará de 15 para 16 metros de profundidade e estará preparado para receber os grandes navios conteineiros em atividade.
“Estamos nos últimos dias de dragagem de manutenção do Canal da Galheta, recuperando as dimensões originais, que são de 15 metros de profundidade e 200 metros de largura. Nas próximas etapas [para o aprofundamento], vamos investir os 53 milhões da SEP que devem ser conveniados nos próximos 45 dias, segundo as conversas que mantivemos com o Fabrizio Pierdomenico [subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da SEP]”.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

IV Seminário Nacional sobre Dragagem Portuária em Antonina

qua, 29 de julho de 2009 07:25
Especialistas do Brasil e do exterior participam em agosto de um amplo debate sobre dragagem em Antonina.

O IV Seminário Nacional sobre Dragagem Portuária será entre os dia 24 e 27 de agosto e tem entre os organizadores a Ademadan (Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina).

Frédéric Bertrand, da Universidade Paris 1 (Sorbonne) fará a palestra de abertura com uma “Análise global e gestão dos riscos associados ao desenvolvimento do porto de Antonina”.

Também haverá participantes da Secretaria Especial dos Portos e de diversas instituições de ensino e pesquisa. Na programação enviada ao Correio por uma das coordenadoras, Eliane Beê Boldrini
professora das Faculdades Integradas Espírita e coordenadora técnica-científica da Ademadan, não consta nenhum representante da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina).


Programação

24/08/2009 – (Segunda-feira)
Cerimonial de Abertura e Lançamento da III Publicação de Artigos Técnicos Científicos Sobre Dragagem Portuária - 19h
Palestra de Abertura – 20h
Análise global e gestão dos riscos associados ao desenvolvimento do porto de Antonina: abordagem metodológica
Palestrante: FRÉDÉRIC BERTRAND - Université Paris 1- Sorbonne – UMR 8586 PRODIG
Coquetel de Confraternização – 21h

25/08/2009 – (Terça-feira)
Período da Manhã
Editais de Licitação para a Realização das Dragagens Portuárias no Brasil: Positividades e Negatividades
8h às 9h - Cadastramento
9h às 9h30
O Ponto de Vista da Secretaria Especial de Portos
Palestrante: Hilton Falcone - Secretaria Especial dos Portos - SEP
9h30 às 10h
O Ponto de Vista de Representante de Empresa de Dragagem
Palestrante: Marco Roks – Jan De Nul
10h às 10:15 - Intervalo
10h15 às 10h45
A Participação do Ministério Público nos Licenciamentos Ambientais de Dragagem
Palestrante: Alessandro José Fernandes de Oliveira – Procurador da República
11h às 12h
Debate com os palestrantes
Período da Tarde
Fundamentos para uma Resolução de Licenciamento Ambiental de Dragagem na Perspectiva da Totalidade
14h às 14h30
Contaminantes e Dragagem: A Convenção de Londres e as Experiências Internacionais
Palestrante: Sylvia Niemeyer Pinheiro Lima – CPEA
14h30 às 15h
A Pesca e as Dragagens no Brasil
Palestrante: Joe Valle – Secretário de ciência e tecnologia para a Inclusão Social SECIS/MCT
15h às 15h30
O Licenciamento Ambiental das Dragagens do Ponto de Vista da Autoridade Portuária
Palestrante: Frederico Bussinger – Docas/SS, CAP de Santos
15h30 às 16h
O Licenciamento Ambiental das Dragagens do Ponto de Vista do Operador Portuário Privado
Palestrante: Juarez Moraes e Silva - TCP/PR
16h - Intervalo
16h15 às 16h45
Séries Históricas, Simulações com Modelos Matemáticos e o Licenciamento Ambiental das Dragagens
Palestrante: Elisa Helena Leão Fernandes - FURG
16h45 às 18h
Debate com os Palestrantes

26/08/2009 – (Quarta-feira)
Período de Manhã
Assoreamento, Poluição e Gestão de Bacias Hidrográficas no Licenciamento Ambiental das Dragagens
8h às 8h30
A Gestão da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí tendo em vista a minimização da sedimentação dos rios
Palestrante: Beate Frank – FURB/SC
8h30 às 9h
Dragagens para Portos Fluviais e a Resolução CONAMA 344
Palestrantes: Edison Vianna - Ministério dos Transportes
9h às 9h30
Programa CAD: Erosão, Assoreamento e Dragagem Portuária no Paraná
Palestrante: Eduardo Vedor de Paula - UFPR/ADEMADAN/UNIBEM
9h30 às 10h
O Custo Sócio-Ambiental das Dragagens Portuárias
Palestrante: Edison Dausacker Bidone- UFF-RJ
10h às 10h30
Navio-tipo-padrão e os Termos de Referência no Licenciamento Ambiental de Dragagem
Palestrante: Eliane Beê Boldrini - Ademadan/FIEs
10h30 - Intervalo
10h45 às 12h
Debate com os Palestrantes
Período da Tarde
A Revisão da Resolução CONAMA 344/2004
14h às 14h30
A Participação do Terceiro Setor no CONAMA, O Caso da Resolução 344/04
Palestrante: Zuleica Nycz - ONGs APROMAC/ADEMADAN
14h30 às 15h30
Apresentação dos Trabalhos para a Revisão da Resolução CONAMA 344/04
Representante do GT que está realizando a revisão da Resolução
15h às 17h
Debate com os participantes do Seminário

27/08/2009 – (Quinta-feira)
8h às 12h - Visita Técnica:

Assoreamento e Monitoramento em Bacias Hidrográficas, a Bacia do Rio Sagrado em Morretes, um estudo de caso;
Coordenação: Eduardo Vedor de Paula

terça-feira, 28 de julho de 2009

Requião pronto para lutar pelo porto público e contra monopólio da dragagem

Texto atualizado em 24 de Julho de 2009 s
Bruno Merlin
reportagem

Em guerra contra o monopólio da dragagem, contra a apropriação de portos por grandes grupos da iniciativa privada e a favor da instalação de gestão ambiental portuária compromissada com o desenvolvimento sustentável do País. Foi assim que o governador do estado do Paraná, Roberto Requião, descreveu o “estado de espírito” de sua gestão durante a I Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária, realizada em Foz do Iguaçu, no oeste paranaense.

Com a intensificação dos serviços de dragagem nos portos brasileiros, principalmente a partir da instituição do Programa Nacional de Dragagem (PND) pela Secretaria Especial de Portos (SEP), a falta de dragas para executar os serviços de manutenção e aprofundamento tem se mostrado um obstáculo para o desenvolvimento do meio portuário nacional. O monopólio desse tipo de serviço – em domínio das empresas holandesas e belgas - onera e pode até inviabilizar a execução dessa atividade, segundo Requião. Ele quer ver um panorama modificado em breve para que os portos administrados pelo governo estadual – Paranaguá e Antonina – não fiquem à mercê das exigências desse restrito mercado.

Requião também reforçou sua posição quanto à necessidade dos portos serem administrados a partir de uma estratégia governamental. A crise financeira internacional foi utilizada por ele para mostrar a fragilidade econômica e ambiental de um modelo gerido pela iniciativa privada. “Com a crise subprime, caiu a tese do crescimento a qualquer preço. No contexto que vivemos hoje, da falência do neoliberalismo, a importância da sobrevivência da natureza e dos portos públicos abertos para a economia dos países, sem a preocupação absurda dos monopólios, é fundamental”.De acordo com o governador paranaense, sua defesa pelo porto público se dá pela necessidade de os portos estarem sempre abertos à economia regional e aos demais países da América do Sul. Requião adjetivou como “absurdo” o monopólio de algumas empresas em portos brasileiros. “A economia precisa ser pensada sob a perspectiva da humanidade”.

Meio ambiente
O irmão do governador e atual secretário de representação do Paraná, em Brasília, Eduardo Requião, classificou a gestão ambiental como a “discussão da vida”. “Se continuarmos produzindo a poluição da luxúria, o planeta estará limitado em seu futuro”.

O secretário executivo da Comissão Interamericana de Portos (CIP) da Organização dos Estados Americanos (OEA), Carlos Gallegos, finalizou alertando para as consequências da elevação do nível do mar. “O que será dos portos se o nível do mar elevar um metro que seja? O que será dos rios com o aumento das chuvas e da vazão das águas?”. Sem dúvida, os resultados serão catastróficos para a população mundial.

Website: www.portosdoparana.pr.gov.br
http://www.portogente.com.br/portosdobrasil/texto.php?cod=3

terça-feira, 23 de junho de 2009

Antonina perde 83% de cargas neste início de 2009

A movimentação de cargas no Porto de Antonina caiu 83% nos cinco primeiros meses de 2009 em relação ao mesmo período de 2008. Trata-se de mais um tombo nos números do segundo porto em importância para a cadeia logística paranaense. Vale lembrar que, em 2007, o porto movimentou 626.224 mil toneladas de cargas. Já em 2008, este número caiu para 269.577. E em 2009, se seguir este ritmo, a quantidade de mercadorias importadas e exportadas não deve ser maior que 80 mil toneladas. Ruim para uma cidade cuja economia depende da atividade portuária.

* Filé queimado no prato do portuário de Antonina
* Appa quer mudar controladores na Ponta do Félix
* Eles só querem filé
* Para sindicalista, gurizada tem que cobrar mesmo

A explicação da assessoria de imprensa da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), autarquia responsável pelos portos do Paraná, é que o Governo do Estado revogou no ano passado a autorização que os Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF) tinham para a movimentação de outros tipos de mercadorias além das cargas congeladas. Com isso, seria inevitável uma queda expressiva na quantidade de produtos que entram e saem do cais de Antonina comparando-se os anos de 2008 e 2009. Confira no quadro abaixo os números divulgados pela Appa.

Carga
Total 2008
Jan/Mai 2008
Jan/Mai 2009
Variação
Madeira
4.560
4.560
-
- 100%
Congelados
100.611
47.461
36.420
- 23%
Ferro
26.417
26.417
-
- 100%
Diversas
23.587
23.587
-
- 100%
Fertilizantes
114.402
114.402
-
- 100%
Total
269.577
211.867
36.420
- 83%

O maior problema é que até mesmo as cargas congeladas destinadas à exportação tiveram uma queda significativa na quantidade de produtos movimentados. Entre janeiro e maio de 2008, passaram pelo Porto de Antonina 47.461 toneladas. Porém, no mesmo período de 2009, o número caiu para 36.420 toneladas, retração de pouco mais de 23%. A crise mundial justifica parte dessa queda, mas os seguidos anos sem investimentos adequados em infraestrutura só pioraram a situação em Antonina. A promessa, entretanto, é que tudo mude daqui para frente.

O Governo Federal garantiu a liberação de cerca de R$ 53 milhões para a dragagem do Canal da Galheta, acesso usado pelos navios que precisam atracar nos portos de Paranaguá e Antonina. Obtidos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a verba será usada para o aprofundamento da Galheta. O local terá 16 metros de profundidade. No Porto de Antonina, a profundidade será menor, de 10 metros, mas suficiente para receber em poucos meses as embarcações especializadas no transporte de cargas congeladas. Hoje, a profundidade de Antonina está 7 metros.

Por meio de nota, a Appa informou que o contrato de arrendamento dos Terminais Portuários da Ponta do Félix teve início em 1995 e sempre previu a criação dos terminais portuários em Antonina para movimentar somente produtos congelados e frigoríficos. Anos depois, porém, o Governo do Estado permitiu “excepcionalmente” a movimentação de cargas de outra natureza porque o setor de congelados encontrava-se em uma crise sem precedentes. No ano passado, contudo, essa licença foi cassada e isso contribuiu para a queda nos números.

“Os berços dos Terminais Portuários da Ponta do Félix precisam ser exclusivos para congelados, conforme prevê o contrato, para possibilitar aumento no volume de movimentação de cargas. Além disso, é insalubre movimentar fertilizante no mesmo berço em que se movimentam carnes, conforme, inclusive, informações técnicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, destaca um trecho da nota. De fato, em 2008 o porto recebeu até mais fertilizantes (114.402 mil toneladas) que cargas congeladas (100.611).

terça-feira, 9 de junho de 2009

Mais uma chance!!

Em nova seção, internautas farão as perguntas para o entrevistado
Texto publicado em 09 de Junho de 2009 -

da Reportagem
PortoGente

PortoGente optou pela linha da total interação com o internauta, a principal e pulsante característica do meio Internet. A equipe do site acredita que a informação pode ser construída por muita gente, desde que haja seriedade, responsabilidade e compromisso com a verdade e a realidade. Nesse sentido, estamos lançando a seção Você Pergunta, na qual o internauta vai fazer perguntas para uma personalidade a cada 15 dias.

O primeiro entrevistado do Você Pergunta será o governador Roberto Requião (PMDB), do Paraná. Dono de um “currículo” político recheado de grandes ações e polêmicas, Requião administra, por intermédio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), portos que querem se projetar no País e no mundo.

As questões serão selecionadas a partir do foco das ações do governo paranaense com relação aos portos de Paranaguá e Antonina. Serão desconsideradas as formulações que contiverem ofensas pessoais ou envolvendo familiares; acusações de qualquer ordem e críticas que resvalem para a crítica pessoal ou político-partidária.

O internauta deve enviar as perguntas para o e-mail voce@portogente.com.br até o dia 15 de junho, com nome completo, profissão e cidade onde reside. O governador responderá seis perguntas. A entrevista estará no PortoGente a partir do dia 23 de junho.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Celso Nascimento - O trânsito sem radares? - Colunistas - Gazeta do Povo

Celso Nascimento - O trânsito sem radares? - Colunistas - Gazeta do Povo: "Fortesolo 1

É a empresa Fortesolo, de Paranaguá, a feliz compradora do Terminal Portuário Ponta do Félix, de Antonina. Pagou cerca de R$ 53 milhões – não se sabe se apenas para a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) ou para o conjunto de fundos de pensão que controlavam o terminal especializado na movimentação de produtos congelados.

Fortesolo 2

A Fortesolo é uma empesa prestadora de serviços portuários para a multinacional norte-americana de soja e fertilizantes ADM (Archel-Daniels-Midland Co.) e, normalmente, não opera com carga frigorificada. Por este fato, a aquisição desperta curiosidade no mercado: o que faria uma empresa especializada em comercializar granéis com os armazéns frigoríficos que comprou? Outra curiosidade: o que teria feito o consórcio Ponta do Félix vender o complexo que construiu em Antonina por R$ 53 milhões quando, no ano passado, tinha oferta pelo dobro? São mistérios que só o ex-superintendente da Appa, Eduardo Requião, pode esclarecer."

sábado, 25 de abril de 2009

Celso Nascimento - TC adia decisão sobre o radar da Consilux - Colunistas - Gazeta do Povo

Celso Nascimento - TC adia decisão sobre o radar da Consilux - Colunistas - Gazeta do Povo: "Em massa 4

Por falar em demissões, a empresa Terminal Ponta do Félix, concessionária do Porto de Antonina, está promovendo a demissão de 450 trabalhadores. A demissão em massa é fruto de uma herança deixada pelo ex-superintente da Appa, Eduardo Requião, que, ao restringir a movimentação do porto a poucas cargas, inviabilizou-o economicamente.

Em massa 5

O Ponta do Félix é um consórcio formado por fundos de pensão de estatais. Informações ainda não confirmadas dão conta de que o principal deles, o Previ (Banco do Brasil), não teria resistido a misteriosas pressões superiores e já teria conseguido sair do negócio vendendo sua parte para um grupo privado."

Agência Estadual de Notícias - Notícias / Artigos / Pautas - Pauta - PAUTA DIA 28 - 8H : ESCOLA DE GOVERNO

Agência Estadual de Notícias - Notícias / Artigos / Pautas - Pauta - PAUTA DIA 28 - 8H : ESCOLA DE GOVERNO: "PAUTA DIA 28 - 8H : ESCOLA DE GOVERNO - 24/04/2009 17:54:35

Na escola de governo dessa terça-feira (28), o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, e o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira, apresentam os investimentos que estão programados pelas empresas nos próximos anos.

O diretor-presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, anuncia os programas e projetos que serão desenvolvidos neste ano.

O governo estadual vai divulgar a programação do 1º de Maio Solidário, evento que ocorre durante o feriado do dia do trabalho na Praça Nossa Senhora de Salete, em frente do Palácio Iguaçu. A iniciativa da celebração é da Paraná Educativa em parceria com a CUT e a Força Sindical.

Na abertura da escola de governo, as atletas da equipe paranaense de ginástica olímpica realizam uma apresentação.

Serviço
Copel e Appa apresentam investimentos na escola de governo
Data: 28/04/09 – terça-feira
Horário: 8h
Local: Auditório do Museu Oscar Niemeyer – Rua Marechal Hermes, 999 –Centro Cívico - Curitiba
Arquivos anexados: 2804 escola de governo.doc"

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Estudante de Antonina em solenidade no Congresso

Seg, 06 de Abril de 2009 12:56
A aluna Ana Flávia Martins representou o Paraná na troca de bandeiras realizada domingo, 5, diante do Congresso, na praça dos Três Poderes, em Brasília.

Junto com a professora Elenita da Costa Silva, professora orientadora de estágio e diretora auxiliar do Colégio Estadual Brasílio Machado, Ana içou a bandeira paranaense durante a execução do Hino Nacional

A estudante faz o curso de Técnico Portuário e se destacou durante o período em que fez estágio no porto de Paranaguá. Segundo ela, foi uma honra representar o Paraná. “Gostei muito de conhecer a capital federal. Brasília é muito linda, uma cidade com um contexto histórico e turístico fascinante”, afirmou.

Outro fato que chamou a atenção da estudante foi a situação das escolas em outros Estados. “Em comparação com os outros lugares, a educação paranaense está realmente maravilhosa. Há alunos e professores que dizem não ter sequer carteiras em sala, enquanto no nosso colégio temos uma realidade totalmente rica”, explicou.

A discrepância entre a realidade educacional paranaense e a dos outros Estados também foi percebida pela professora Elenita. Ela conta que quando discutiu com outros professores as medidas tomadas na educação paranaense, percebeu uma reação de surpresa.

“Em contato com os outros Estados, acho que estamos alguns anos à frente. Quando falei do Paraná Digital, dos televisores multimídia, do portal Dia-a-dia Educação, do Livro Didático Público, do Plano de Carreiras e dos reajustes salariais, percebi que eles ficaram até com inveja”, disse. Elenita relatou que alguns professores disseram que, no máximo, conseguem ter mobiliário básico para as aulas. “Eles comentaram que somos uma exceção na realidade brasileira".

A solenidade fez parte do evento “Brasília, Nossa Capital”, promoção da Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur), para estimular e desenvolver o turismo cívico, ressaltando a importância de todo cidadão brasileiro conhecer a capital federal. O projeto levou a Brasília alunos e professores de escolas de todo o país, promovendo visitação a monumentos e a prédios históricos como o Palácio da Alvorada, Ponte JK, Congresso Nacional e o Palácio do Itamaraty.

Curso de Técnico Portuário - O curso de Técnico Portuário numa escola pública profissionalizante é pioneiro no país. Com base na experiência paranaense, os Estados de Santa Catarina e Espírito Santo planejam implantar o mesmo ensino. O curso já formou técnicos portuários que estão trabalhando hoje nos portos de Vitória (ES) e Itajaí (SC).

O Colégio Brasílio Machado, em Antonina, é a segunda escola mais antiga do Paraná (fundada em 1885) e foi completamente reformada graças a um convênio firmado entre a Secretaria de Estado da Educação e a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina.

Fonte: AEN

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Supremo mantém Eduardo Requião no Escritório do PR em Brasília

3 Abril, 2009
14:30



A ministra/relatora do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, negou pedido de liminar do advogado Cid Campelo Filho para que Eduardo Requião fosse afastado da chefia do Escritório de Representação do Paraná em Brasília.
A reclamação proposta por Campelo, que ainda aguarda julgamento do mérito, tem como base a súmula vinculante antinepotismo.
O advogado argumenta que a transferência do irmão do governador da superintendência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) para o cargo no Distrito Federal teve clara intenção de driblar a súmula.
Seção: Política, Paraná

terça-feira, 10 de março de 2009

Litoral pede infraestrutura e geração de empregos

Seg, 02 de Março de 2009 00:22
Investimentos em infraestrutura, saneamento básico e projetos para gerar empregos foram as principais reivindicações dos municípios do Litoral no encontro com o ministro Paulo Bernardo, neste sábado (28), em Morretes.

A reunião organizada pelo deputado federal Ângelo Vanhoni (PT) e pelo prefeito Amilton de Paula (PT), também teve a presença do secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Forte Netto.

De acordo com Vanhoni o objetivo do evento, além de discutir problemas específicos de cada município, foi ampliar a comunicação entre prefeitos e governos estadual e federal. “Esperamos que este momento seja um marco para o desenvolvimento do potencial que a região litorânea possui. Que as mentes lúcidas do governo estadual e federal possam juntas com os prefeitos dar reais perspectivas de dignidade de vida para a população do litoral”, disse o deputado.

Durante o encontro, os prefeitos presentes informaram sobre os problemas de cada município e expuseram suas principais reivindicações que foram ouvidas pelos representantes do governo estadual e federal.

Eles pediram, entre as principais reivindicações, mais investimentos para área de infraestrutura e turismo. Além disso, alertaram os representantes dos governos que, apesar do potencial econômico da região, não há um planejamento para se ampliar o mercado de trabalho à população.

Também destacam-se outras reivindicações como: a dragagem do Canal de Antonina, revitalização das praias, a construção de um terminal de passageiros no Porto de Paranaguá e a construção de uma estrada em Guaraqueçaba.

Após ouvir as reivindicações, o Ministro do Planejamento Paulo Bernardo defendeu que as gestões arregacem as mangas para traçar um projeto a ser apresentado ao governo federal. “Com a necessidade de adaptação do orçamento frente à crise, o mais importante nesse momento é a existência de projetos comuns, como o que se desenha aqui hoje.”

Paulo Bernardo propôs aos prefeitos que sejam feitos os desdobramentos dos planos diretores dos municípios do litoral em um plano sustentável. “Desta forma, com o compromisso de ajuda do governo federal, é arregaçar as mangas para fazer com que o litoral paranaense resolva seus problemas e seja valorizado em seu potencial econômico, turístico e social”, concluiu.

Forte Neto concordou com a necessidade de um plano comum para a região e lembrou que “o último plano feito para o litoral foi na década de 1970″. Informou aos prefeitos que o governador Roberto Requião já assinou e autorizou o desenvolvimento do Plano Diretor de Turismo, além de estarem à disposição para juntos contribuírem num plano de sustentabilidade.

Como encaminhamento, o deputado federal Ângelo Vanhoni sugeriu a criação de um grupo de trabalho com representantes dos prefeitos, do governo estadual e federal para concretizar o plano de sustentabilidade. Vanhoni apoiou a discusão que acontece entre prefeitos e o gGoverno do Paraná para criar a Agência de Desenvolvimento para o Litoral.

Também estiveram presentes no evento o deputado estadual Péricles Holleben (PT), a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, o superintendente do Ibama no Paraná, José Álvaro Carneiro, o superintendente da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca no Paraná, José Wigineski, e representantes da Secretaria Estadual de Planejamento. No texto distribuído à imprensa, o PT não informou quais os prefeitos compareceram.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Esperança da Appa é mudança de controladores na Ponta do Félix

PortoGente


“Queremos aprofundar os canais de Antonina até 10 metros e fazer com que isso nos ajude a iniciar uma nova era para o Porto”. A promessa é do superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lucio de Souza, que se pronunciou ao PortoGente sobre a crise enfrentada pelo Porto de Antonina. Lá, os serviços diminuem a cada dia e os portuários avulsos clamam por obras emergenciais de dragagem no complexo. Responsável pelos portos do Paraná desde o final do ano passado, Daniel garante que já há um trabalho de recuperação previsto para o porto local.
Vale explicar que o porto é composto por dois terminais: Ponta do Félix (arrendado para exploração de câmara frigorificada) e Barão de Teffé (público). O primeiro foi posto em licitação em 1994 pelo governador Roberto Requião e o grupo composto por fundos de pensão construiu berços de atracação e estrutura para exportação de carnes. O problema é que, segundo Daniel, essa configuração tornou-se obsoleta, isto é, atende a navios pequenos e de baixo calado. Já o segundo terminal está parado.
PortoGente - Por que a movimentação de cargas em Antonina caiu de 626 mil toneladas em 2007 para 269 mil em 2008?
Daniel – A Appa, na época do embargo russo às carnes brasileiras, permitiu operações excepcionais com outras cargas que não fossem congeladas no Porto de Antonina. Isto só é possível como exceção. Mas a exceção virou regra e até pouco tempo atrás (início de 2008) estavam operando fertilizantes a granel. E isso é impedido pela licença ambiental do terminal, criado para operar carnes congeladas. Proibimos a ilegalidade e é claro que os trabalhadores não sabiam disso e foram manipulados, afinal eles querem navios e operações e não sabem destas questões legais do arrendamento.
PortoGente - O que levou o Porto de Antonina a perder tanto espaço? Há problemas com o Terminal da Ponta do Félix?

Daniel Lucio de Souza – A Appa deu prazo para os empresários se decidirem sobre o futuro do Terminal da Ponta do Félix até dezembro de 2008 e agora nós iremos rescindir o contrato de arrendamento. Só estamos aguardando o final das negociações, cujo prazo se encerra no próximo mês de março. O Ponta do Félix pertence a grupos privados que estão negociando suas participações. Existem grupos interessados em comprar e adequar tecnologicamente as operações do terminal. Esta é uma questão privada que os trabalhadores não entendem e são manipulados politicamente.
PortoGente - A dragagem se tornará realidade em Antonina quando? Qual o calado atual?
Daniel – Para chegar à Ponta do Felix, os navios full-contêiner pedem no mínimo 10 metros de profundidade, mas o contrato estabelece 8,5 metros e o calado hoje está em 7,1 metro, o que inviabiliza esse cenário. Dragá-lo nesta profundidade custará cerca de R$ 60 milhões. Há, inclusive, grupos contrários a este desembolso, dizendo que apenas o terminal privado da Ponta do Félix seria atendido, pois o Barão do Teffé está inativo.
PortoGente – E o que fazer para resolver isso?
Daniel - Uma sísmica (levantamento geológico de fundo, como uma batimetria, mas com ondas de som que permitem identificar os tipos de camadas de solo) identificou as lajes no antigo Barão de Teffé um pouco além de seis metros. Isto o coloca numa situação de difícil competitividade nos dias de hoje. A chance é focar nas embarcações pequenas de cabotagem e barcaças. Pretendemos transformar o Barão do Tefé em área de condomínio de serviços alfandegados, com oito armazéns industriais, pois operações de navios serão restritas. Foi por isso mesmo que o Porto Matarazzo, que fica ao lado, fechou nos anos 1970.
PortoGente - Muitos falam que Eduardo Requião fez coisas ruins para o Porto de Antonina. O senhor poderia citar exemplos em contrário?
Daniel - O Eduardo Requião fez um esforço tremendo e ainda ajuda como Secretário Especial do Paraná em Brasília, para que, junto à Antaq [Agência Nacional de Transporte Aquaviário], aprovemos os projetos que temos para Antonina, como o Condomínio Industrial Alfandegado no Barão de Teffé e a construção de um berço público na Ponta do Félix.
PortoGente - O que a Appa pode fazer para resolver essa situação? Antonina hoje é o "patinho feio" dos portos paranaenses?
Daniel – Tudo começa pela mudança de controladores na Ponta do Félix, o que exigirá um novo contrato de arrendamento, estudos ambientais, novas licenças e adequações do arrendamento para cargas permitidas, inclusive, pelo Ministério da Agricultura. Após isto, submeteremos à Antaq, que autorizará ou não outras cargas não previstas no contrato atual [carnes congeladas]. Esperamos que a audiência pública da SEP em Paranaguá na próxima sexta-feira (30) contemple nosso projeto de aprofundar os canais de Antonina até 10 metros e nos ajude a iniciar uma nova era para aquele porto.http://www.portogente.com.br/portosdobrasil/texto.php?cod=37

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Filé queimado no prato do portuário de Antonina

Parece que o filé queimou lá no Porto de Antonina. Há várias semanas trabalhadores portuários daquela cidade paranaense vêm postando comentários neste PortoGente, reclamando da falta de navios atracados no cais. Ou seja, da falta de trabalho.
Nesta semana, um diretor do Sindicato dos Estivadores e Trabalhadores em Estiva de Minérios de Antonina (PR), João Carlos Shtorache, em entrevista ao PortoGente, desceu a ripa nos portuários. Ele disse que o pessoal que está reclamando só quer “filé” e não ir para o buraco (porão do navio).
A reação foi imediata. Estamos recebendo muitos comentários contestando as declarações do dirigente sindical, como a do estivador Luiz Antonio de Souza.
Para ele, “a fala (do sindicalista) não contribui para a unidade da categoria muito menos serve para embasar o entendimento dos que não conhecem a cidade de Antonina nem o Porto”. Ele reclama a não renovação, por parte do Instituto Ambiental do Paraná, do embarque de “cargas secas” por Antonina. E afirma que o embarque de cargas caiu em mais de 50% no final do ano passado.
Outro trabalhador, o Marcelo, afirma que o Porto de Antonina estava sem ver navios a 30 dias. E que chegou um navio nesta quarta-feira (21) de carga congelada, para exportação. Ele se sentiu ofendido com as declarações do diretor do sindicato
Já o companheiro Elmir garante que a situação dos estivadores de Antonina, tanto os velhos como os novos, é caótica: “não temos serviço suficiente desde o início do ano de 2008”. Ele também reclama da perda da carga seca, “ficamos somente com a carga congelada. Daí em diante tem estivador vendendo bens, tentando emprego em outras cidades, devendo no comércio local, sendo obrigado a ficar três meses sem trabalhar para pegar o FGTS”.
Outro dado interessante levantado pelo senhor Elmir é de que a categoria está em processo de negociação salarial, reivindicando 12% de reajuste e o patronato dos Terminais Ponta do Félix “está oferecendo, pasmem, somente 4%”.
Como a administradora do porto de Antonina, a APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), vê a situação? Se está faltando trabalho no porto, o que fazer para tornar o porto mais atrativo para as cargas?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Dragagem nos portos de Paranaguá e Antonina deve começar em 10 dias

Dragagem nos portos de Paranaguá e Antonina deve começar em 10 dias
Empresa vai ter 100 dias para remover 3,6 milhões de metros cúbicos de sedimentos do Canal da Galheta

Deve começar em 10 dias a dragagem emergencial do canal que dá acesso aos portos de Paranaguá e Antonina. O governo do Paraná autorizou, nesta terça, dia 20, a contratação da empresa que vai realizar o serviço.

A empresa Somar (Serviços de Operações Marítimas), especialista em serviços de operações marítimas e que venceu a licitação, vai ter 100 dias para remover 3,6 milhões de metros cúbicos de sedimentos do Canal da Galheta, que está prejudicando o acesso aos portos de Paranaguá e Antonina, no Paraná. Com a dragagem, o local voltará a ter os 15 metros de profundidade do projeto original.

O serviço vai custar ao governo paranaense R$ 7,99 por metro cúbico de material removido. A intenção é realizar também uma dragagem de aprofundamento do porto de Paranaguá, para aprofundar em mais um metro os canais.


CANAL RURAL E AGÊNCIA SAFRAS