A movimentação de cargas no Porto de Antonina caiu 83% nos cinco primeiros meses de 2009 em relação ao mesmo período de 2008. Trata-se de mais um tombo nos números do segundo porto em importância para a cadeia logística paranaense. Vale lembrar que, em 2007, o porto movimentou 626.224 mil toneladas de cargas. Já em 2008, este número caiu para 269.577. E em 2009, se seguir este ritmo, a quantidade de mercadorias importadas e exportadas não deve ser maior que 80 mil toneladas. Ruim para uma cidade cuja economia depende da atividade portuária.
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A explicação da assessoria de imprensa da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), autarquia responsável pelos portos do Paraná, é que o Governo do Estado revogou no ano passado a autorização que os Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF) tinham para a movimentação de outros tipos de mercadorias além das cargas congeladas. Com isso, seria inevitável uma queda expressiva na quantidade de produtos que entram e saem do cais de Antonina comparando-se os anos de 2008 e 2009. Confira no quadro abaixo os números divulgados pela Appa.
Carga
Total 2008
Jan/Mai 2008
Jan/Mai 2009
Variação
Madeira
4.560
4.560
-
- 100%
Congelados
100.611
47.461
36.420
- 23%
Ferro
26.417
26.417
-
- 100%
Diversas
23.587
23.587
-
- 100%
Fertilizantes
114.402
114.402
-
- 100%
Total
269.577
211.867
36.420
- 83%
O maior problema é que até mesmo as cargas congeladas destinadas à exportação tiveram uma queda significativa na quantidade de produtos movimentados. Entre janeiro e maio de 2008, passaram pelo Porto de Antonina 47.461 toneladas. Porém, no mesmo período de 2009, o número caiu para 36.420 toneladas, retração de pouco mais de 23%. A crise mundial justifica parte dessa queda, mas os seguidos anos sem investimentos adequados em infraestrutura só pioraram a situação em Antonina. A promessa, entretanto, é que tudo mude daqui para frente.
O Governo Federal garantiu a liberação de cerca de R$ 53 milhões para a dragagem do Canal da Galheta, acesso usado pelos navios que precisam atracar nos portos de Paranaguá e Antonina. Obtidos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a verba será usada para o aprofundamento da Galheta. O local terá 16 metros de profundidade. No Porto de Antonina, a profundidade será menor, de 10 metros, mas suficiente para receber em poucos meses as embarcações especializadas no transporte de cargas congeladas. Hoje, a profundidade de Antonina está 7 metros.
Por meio de nota, a Appa informou que o contrato de arrendamento dos Terminais Portuários da Ponta do Félix teve início em 1995 e sempre previu a criação dos terminais portuários em Antonina para movimentar somente produtos congelados e frigoríficos. Anos depois, porém, o Governo do Estado permitiu “excepcionalmente” a movimentação de cargas de outra natureza porque o setor de congelados encontrava-se em uma crise sem precedentes. No ano passado, contudo, essa licença foi cassada e isso contribuiu para a queda nos números.
“Os berços dos Terminais Portuários da Ponta do Félix precisam ser exclusivos para congelados, conforme prevê o contrato, para possibilitar aumento no volume de movimentação de cargas. Além disso, é insalubre movimentar fertilizante no mesmo berço em que se movimentam carnes, conforme, inclusive, informações técnicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, destaca um trecho da nota. De fato, em 2008 o porto recebeu até mais fertilizantes (114.402 mil toneladas) que cargas congeladas (100.611).
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