sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Filé queimado no prato do portuário de Antonina

Parece que o filé queimou lá no Porto de Antonina. Há várias semanas trabalhadores portuários daquela cidade paranaense vêm postando comentários neste PortoGente, reclamando da falta de navios atracados no cais. Ou seja, da falta de trabalho.
Nesta semana, um diretor do Sindicato dos Estivadores e Trabalhadores em Estiva de Minérios de Antonina (PR), João Carlos Shtorache, em entrevista ao PortoGente, desceu a ripa nos portuários. Ele disse que o pessoal que está reclamando só quer “filé” e não ir para o buraco (porão do navio).
A reação foi imediata. Estamos recebendo muitos comentários contestando as declarações do dirigente sindical, como a do estivador Luiz Antonio de Souza.
Para ele, “a fala (do sindicalista) não contribui para a unidade da categoria muito menos serve para embasar o entendimento dos que não conhecem a cidade de Antonina nem o Porto”. Ele reclama a não renovação, por parte do Instituto Ambiental do Paraná, do embarque de “cargas secas” por Antonina. E afirma que o embarque de cargas caiu em mais de 50% no final do ano passado.
Outro trabalhador, o Marcelo, afirma que o Porto de Antonina estava sem ver navios a 30 dias. E que chegou um navio nesta quarta-feira (21) de carga congelada, para exportação. Ele se sentiu ofendido com as declarações do diretor do sindicato
Já o companheiro Elmir garante que a situação dos estivadores de Antonina, tanto os velhos como os novos, é caótica: “não temos serviço suficiente desde o início do ano de 2008”. Ele também reclama da perda da carga seca, “ficamos somente com a carga congelada. Daí em diante tem estivador vendendo bens, tentando emprego em outras cidades, devendo no comércio local, sendo obrigado a ficar três meses sem trabalhar para pegar o FGTS”.
Outro dado interessante levantado pelo senhor Elmir é de que a categoria está em processo de negociação salarial, reivindicando 12% de reajuste e o patronato dos Terminais Ponta do Félix “está oferecendo, pasmem, somente 4%”.
Como a administradora do porto de Antonina, a APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), vê a situação? Se está faltando trabalho no porto, o que fazer para tornar o porto mais atrativo para as cargas?

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